sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Solidariedade Durkheim



Antônio Candido, crítico literário com formação em sociologia, assim escreve sobre as formas de solidariedade na vida social rural do interior do estado de São Paulo (1948-1954): “Na sociedade caipira a sua manifestação mais importante é o mutirão, cuja origem tem sido objeto de discussões. Qualquer que ela seja, todavia, é prática tradicional. (…) Consiste essencialmente na reunião de vizinhos, convocados por um deles, a fim de ajudá-lo a efetuar determinado trabalho: derrubada, roçada, plantio, limpa, colheita, malhação, construção de casa, fiação, etc. Geralmente os vizinhos são convocados e o beneficiário lhes oferece alimento e uma festa, que encerra o trabalho. (...) Um velho caipira me contou que no mutirão não há obrigação para com as pessoas, e sim para com Deus, por amor de quem serve o próximo; por isso a ninguém é dado recusar auxílio pedido.” (CANDIDO, A. Os parceiros do Rio Bonito. 9. ed. São Paulo: Livraria Duas Cidades; Editora 34, 2001. p. 87-89.) Com base no texto e nos estudos de Émile Durkheim sobre solidariedade, assinale a alternativa que define a forma de solidariedade que prevalece no caso citado. 

a)      A produção rural desenvolveu o mutirão como forma de solidariedade racional baseada no cálculo econômico do lucro.
b)      A solidariedade tradicional que aparece na sociedade caipira, estimulada pelo mutirão, fundamenta-se no modelo de organização do trabalho industrial.
c)      A produção rural recorre ao mutirão como uma forma de solidariedade orgânica, sustentada na especialização das tarefas e na remuneração equivalente à qualificação profissional.
d)      O mutirão pode ser caracterizado como uma forma de solidariedade mecânica, pois se baseia na identidade por vizinhança e nos valores religiosos do grupo social.

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